O Pedro na turma da escolinha tem muitos meninos filhos de jogadores de futebol profissional e desde cedo que sente o bichinho do futebol, influenciado, claro, pelos amiguinhos. O que é certo é que sabe o plantel completo do Benfica, sabe alguns jogadores do Porto, do Sporting, do Vitória, do Braga, etc… Mas tem uma obsessão por guarda-redes. Não sei se é por o colocarem à baliza, se é por ele gostar de defender, ou apenas porque acha os guarda-redes mais importantes no jogo. O que é certo é que ele, benfiquista, idolatra um guarda redes em particular – o Ederson Moraes (agora a jogar pelo Manchester City).
Sempre que via uma camisola com o número dele, perguntava se era o Ederson. Quando ele defendia uma bola, dizia: “estás a ver mamã ele é mesmo bom jogador”! Até que me pediu uma coisa impossível de concretizar – ele queria que o Ederson lhe desse as luvas dele.
Fiz um vídeo, coloquei no nosso Instagram, e mencionei o jogador. Já sabia que não ia dar em nada. Ele teria imensas notificações, no meio da época desportiva, mas pelo menos, pensava eu para os meus botões, tentei e o menino viu que tentei. (Até enviei o vídeo para alguns comentadores televisivos ligados ao Benfica, mas nenhum me respondeu).
O que é certo é que ninguém ligado ao jogador, clube ou televisão me respondeu ao vídeo.
No aniversário dele, comprei-lhe umas luvas de guarda-redes. Ele delirou e perguntou se foi o Ederson que enviou, e eu, disse que sim. (mentirosa pá! 😀 ) Andava pela casa sempre com as luvas, comia, adormecia, brincava sempre com as luvas. A questão das luvas “oficiais” foram esquecidas por ele, e eu esqueci o assunto.
Até que… um dia à noite recebo uma mensagem da (tia) Marília, minha amiga, que conheci por causa deste blog, a dizer que tinha visto o vídeo do Pedro e tinha uma coisa para ele… Eu não podia acreditar! Naquele momento, parecia eu a criança numa manhã de Natal! Tratamos de combinar o dia para rumar a Lisboa. Apenas disse ao menino que íamos ter um dia “de filho mais velho” e que íamos visitar o Estádio da Luz.
Claro que o miúdo ficou contente! Pediu-me apenas uma coisa: para irmos de avião! Oh Diacho! O miúdo apenas tinha andado de avião aos 6 meses de idade e já não se lembrava de nada… eu sozinha com ele num avião… ok, pensei, vai correr tudo bem.
Naquele dia, saímos de casa por volta das 11h, fomos calmamente para o Aeroporto e as 14h00 tínhamos o voo para Lisboa. Apanhamos alguma turbulência e ele dizia “Eu sou corajoso, não sou mamã?”. Uma das coisas que mais me impressionou foi quando chegamos lá acima, ele perguntou-me pela minha avó que faleceu em Fevereiro e nós dissemos que ela foi para o céu. Provavelmente estaria convicto que se “fosse ao céu” a veria num grande banquete com Deus. 🙂
Chegamos a Lisboa e tínhamos à nossa espera a doce Marília que a partir daquele dia subiu de escalão para “tia Marília”. Ele estava constantemente a perguntar se íamos agora para o Benfica – claro que ele não sabe o que é o trânsito de Lisboa e a cada 5 minutos perguntava se já tínhamos chegado.
No horizonte vê-se a Luz e ele fica com os olhos a brilhar – mãe é ali. E pedia água. Entrámos e conhecemos o novo ídolo do Pedro – o tio Carlos – o marido da Marília e responsável pelo melhor dia da vida do meu filho.
Entrámos. Fomos ver o Estádio, como o resto do público em geral.
Mas no final, vinha a grande surpresa. Para descrição, basta as lágrimas de felicidade no rosto do meu filho.
Quero agradecer, ao jogador Ederson Moraes e ao Sport Lisboa e Benfica por toda a disponibilidade para oferecer este miminho ao meu filho. No entanto, quero sobretudo, dar uma palavra de eterna gratidão à Marília e ao Carlos pela paciência, pelos sorrisos, pela compreensão, pela hospitalidade e principalmente pelo carinho com que trataram o Pedro. Fico-vos a dever todas e mais algumas francesinhas que possam vir a comer no Porto.
(claro que para sair de Lisboa a uma sexta-feira nos fez perder o último Alfa, tivemos de vir num Intercidades e chegar ao Porto às 1h45 da manhã)
Leave a Reply