Há três anos por esta altura, comecei a panicar. O Pedro Maria começava a escola primária e eu, mais ansiosa do que ele, pensava em estratégias e mais estratégias para que ele sofresse o mínimo possível nessa transição. Este ano a saga repete-se, desta vez com o Miguel. Enganem-se quem acha que só acontece esta ansiedade com os mais velhos, porque esta patologia é recorrente, mesmo com os mais novos.
Este apelidado por mim como um novo “transtorno” tem vários estágios e começa aproximadamente um ano antes da cria completar 6 anos.
Estágio 1 – Para o ano é que é
Este estágio da doença caracteriza-se com uma ansiedade enorme na antecipação dos problemas; os sintomas são melancolia, necessidade de dar mais beijos às crianças e um desejo súbito de ter mais filhos – só e apenas para ter um bebé. Ocorre no último ano da pré-primária das crianças e dura até às férias de verão antes da primária. (FASE JÁ CONCLUÍDA POR MIM)
Estágio 2 – E se não está preparado?
Este foi daqueles que teve mais impacto em mim. Durante um ano questionei-me se o Pedro estava preparado e até escrevi um artigo sobre isso neste blog. É incrível como quando temos “tabelas” para tudo e mais alguma coisa começamos a questionar-nos.
Por exemplo, se alguém nos diz “olha, o teu filho com 5 anos ainda não consegue estar sossegado durante muito tempo; não sei se irá aguentar tanto tempo sentado numa sala de aula!” – começamos a duvidar da capacidade dos miúdos, mesmo sabendo que, cognitivamente, ele é capaz.
Ou seja, este este estágio desta doença é muito permeável a opiniões alheias, mas limite-se a confiar no seu instinto, e vai ver que saberá quando ele está preparado.
Estágio 3 – OK, respira. Isto vai mesmo acontecer.
Esta é a fase da aceitação. É a época de alguma excitação por voltar a encadernar livros e comprar material escolar, mas também se caracteriza por algumas lágrimas escondidas à porta da escola.
Confesso que eu, quando o puto foi para a escola, chorei. Aqui a durona, chorou. Mas só quando chegou ao carro!
Estágio 4 – Trabalhos de casa
Aqui é uma batalha. Ou uma guerra. Eu sou CONTRA qualquer tipo de trabalho para casa. Acho que os miúdos já passam demasiado tempo em contexto escolar para trazer ainda mais alguma coisa para casa. (Isto, claro, no que diz respeito ao primeiro ciclo do ensino básico).
Ler, sempre. Mas vamos lá ver uma coisa: os miúdos lêem na medida que os adultos da casa também o façam. Por isso, toca a ler para os miúdos e incentivar que eles leiam para vocês.
Estágio 5 – O que faço com as notas dos meus filhos? E as provas? E para onde é que ele vai depois da escola?
Relaxe. O seu filho está a iniciar uma fase muito importante mas igualmente desafiante. Confie no professor que o acompanha ou peça ajuda fora da escola. Para quem trabalha num horário completo é muito dificil conseguir buscar os miúdos à hora de saída da escola, por isso, pode optar por inscrevê-lo em atividades ludico-pedagógicas, como a música, a dança ou algum desporto do que colocá-los num ATL ou Centro de Estudos.
As crianças que têm atividades extracurriculares (de forma saudável) normalmente tendem a ser melhores no aproveitamento escolar.
Quanto às provas, sobretudo de aferição, eu tenho uma opinião bastante peculiar. Um dia partilho-a aqui.
Estágio 6 – Reconheço: Foi mais difícil para mim do que para o meu filho.
Se conseguiu passar estas fases todas, parabéns! Não custa nada!
[nota: isto se conseguirmos matricular os miúdos a tempo no portal das matrículas; senão a teoria perde-se]
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