Todos nós sabemos que todo o santo ano lectivo as regras mudam. Ou os professores ficam colocados tarde e os conteúdos ficam por dar ou até alguma questão do novo acordo por clarificar – ou seja – há sempre alguma coisa que corre menos bem, para não dizer mesmo muito mal.
Este ano a coisa não podia piorar. Para além da ambígua implementação do Acordo Ortográfico como já tem sido habitual nos anos anteriores, as coisas mudam de figura nas disciplinas de Matemática, Fisico-Química e Educação Física.
Vou começar por aquela que é, para mim, a alteração mais justa: Educação Física. Até agora, a disciplina de Educação Física, vulgarmente apelidada pelas mães de Ginástica não contava para a média de ingresso ao Ensino Superior e eu conhecendo os jovens (até porque já fui adolescente) aquilo que não conta, não é alvo de tanto empenho e dedicação por parte dos estudantes. É certo que alguns professores desta disciplina não têm a capacidade de adequar as exigências ao nível de desenvolvimento físico e motor de cada um e, por isso, maior parte das raparigas saem prejudicadas – até porque sei que em maior parte das escolas, ou não fosse este o país da bola, joga-se futebol em 2/3 do tempo letivo nesta disciplina. No que me diz respeito, sempre gostei destas aulas. Claro que alguns dias inventava desculpas para não me esforçar tanto (mas quem não fez isso?), no entanto, tive sempre professores impecáveis sobretudo no 12º ano. O meu professor, retirava tempo de hora de almoço para preparar aqueles que queriam seguir desporto ou ingressar na carreira militar num género de CrossFit adaptado a uma escola secundária. De louvar não? Portanto, perante isto é tentar não se esquecerem das sapatilhas em casa e esforçarem-se nas aulas que agora é a doer.
Da dor de corpo, passamos à dor de cabeça. A disciplina de Físico-Química dá dores crónicas a uma grande parte dos alunos de Ciências e Tecnologias, e agora, com a novidade que anunciaram em Outubro, foi a gota de água. A partir deste ano letivo, os alunos no exame nacional desta disciplina estão proíbidos de usar máquinas gráficas, ou porta-cábulas como habitualmente se fazia. Eu, assumo novamente, que levei a minha máquina gráfica com auxiliares de memória. Aliás, quem não o fez das duas uma: ou não tinha a máquina ou não sabia trabalhar com ela! Mas pensava que se ia baldar à compra de uma máquina gráfica? Naaa! Por dois motivos, primeiro porque o Ministério da Educação recomenda o uso da máquina para os conteúdos programáticos (mas não recomenda e até proíbe a sua utilização no exame, estranho não?) e porque em Matemática é necessário esse equipamento.
Na Matemática são necessárias as máquinas gráficas e imprescindíveis para metade da nota! Metade, pois agora o exame de Matemática vai ser dividido em dois cadernos: um com máquina gráfica e outro sem. Não percebi muito bem se o caderno em que não é autorizado esse tipo de máquinas se as operações vão ter de ser resolvidas manualmente ou com recurso a outro equipamento.
Conclusão: Acabou-se a boa vida de estudante.
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