Irmãos: os deles e o meu

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Irmãos: os deles e o meu

Esta é a primeira fotografia deles juntos. Não acredito que já se passaram quase três anos e que quer um, quer outro tenham mudado tanto: já nenhum usa fraldas, nenhum mama, nenhum chora para comer e já nem sequer acordam de noite.

Hoje sorriem mais, tagarelam um com o outro e até já dão passes na bola. Chateiam-se, puxam cabelos, dizem um ao outro “gosto muito de ti” e “eu sou teu amigo”, mas também, chegam a insultar-se de “mau” e “parvo”.

Nenhum deles consegue passar sem o outro e quando por um motivo especial um falta, o outro pergunta por ele.

O Pedro, o mais velho, tem o instinto protetor e autoritário. O Miguel, o mais novo, idolatra o irmão de uma forma que só visto. Se o Pedro pinta de verde, ele quer o verde. Se o Pedro quer ver o Ruca, o Miguel quer ver o Ruca. E assim sucessivamente.

Normalmente é assim a relação deles – o tão falado amor-ódio entre irmãos. Não fomento nem o amor, nem o ódio (apesar da minha querida mãezinha me dizer que por causa do Miguel me dar mais beijinhos que o Pedro fica com “ciúmes”).

Acho que têm de ser eles a criar a sua própria relação: seja para serem os melhores amigos e inseparáveis, seja para conviverem mas não serem unha-com-carne.

Eu não me lembro da minha vida sem o meu irmão, mas sei que sem ele, não teria a mesma graça e seria muito mais descansada. Ele (apesar das minhas alunas me dizerem que é muito giro) é um chato. Teimoso que até dói. Pegamos um com o outro (dantes à chapada, agora nas argumentações) sempre que estamos juntos e ele continua a beliscar-me as bochechas, mesmo eu estando casada há seis anos e lhe dizer todos os santos dias que isso me irrita. Até o nosso pai, por vezes, ainda tem de intervir.

Nunca lhe vou desculpar as cenas que fazia em criança: os riscos nas paredes em que assinava BEA (para obviamente me culparem), todas as chapadas, a dedicatória no meu livro de finalistas (em que dizia que eu era a mais chata do mundo), entre outras tantas coisas que não teria espaço para as armazenar todas.

No entanto, também nunca me vou esquecer dos concursos musicais noturnos com a nossa avó Margarida e da forma como irritávamos a nossa mãe com eles; não me vou esquecer de todos os “piu” depois da nossa mãe dizer que não queria ouvir nem mais um “piu”; não me vou esquecer de irmos para a escola juntos e dos saltos para a piscina nas férias. Obrigava-o a participar nos meus espetáculos de dança e variedades que fazíamos para a nossa família em que eu (a menina e princesa) era a protagonista e ele, o meu assistente pessoal. 😀 😀

Sei que o meu irmão também tem razão de queixas ( 😛 ) mas é destas coisas que são feitas as histórias – aquelas que se contam mil e uma vezes à mesa quando estamos a ficar chéchés (adooorro esta expressão!)

Posto isto, e uma vez que hoje é o dia dos irmãos, ainda bem que a vida me deu oportunidade de ter um (mesmo sendo chato) e de poder dar aos meus filhos, um irmão – o melhor dos irmãos.

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