São raras as vezes que fico sem palavras. São raras as vezes que não consigo pegar num assunto e desbobinar uma série de teses e conclusões mas, quando decidi que ia escrever sobre o meu pai, não soube imediatamente o que escrever. Dizem que o que passamos para os nossos filhos é o nosso legado e tu, pai, para além de me passares através dos teus genes aquilo que mais gosto em mim – os meus olhos (mesmo hipermetropes), passaste-me que só se consegue as coisas com muito trabalho e dedicação. Foi de ti que herdei a minha (des)organização no...
Oncologia – a sala de espera
Sexta-feira, 9 de Fevereiro de 2018 A sala está composta: entro e sento-me mas rapidamente dou o meu lugar a uma senhora que tinha seguramente o triplo da minha idade. Vejo que naquela sala, ao contrário das outras alas daquele hospital privado, as paredes têm quadros do elemento da vida: a água. Mares, rios e riachos foram propositadamente pendurados ali. Vejo mulheres a assumir a sua cabeça desnuda, casais de mãos cerradas e famílias inteiras enlutadas.
Super herói de meninos, porque as meninas “são medricas”
Ontem fui à escolinha dos meninos contar uma história. Por norma, costumo todos os anos fazer uma atividade em coordenação com a educadora para que o meu filho sinta que a mãe estará sempre presente nos momentos que ele precisa. O ano passado decidi levar algumas experiências científicas simples e este ano decidi levar uma história. Só tive um pedido da educadora: Que a história começasse por P, uma vez que estão a “descobrir” a letra P na sala. Fui à livraria e decidi escolher o livro: “Pedro é um super-heroi”. Claro que escolhi este porque como o miúdo se...
B2B: o sonho em bicos de pés
Pratico, diariamente a Lei das Compensações e claro que não me estou a referir em comprar um chocolate aos meus filhos porque arrumaram o quarto dos brinquedos. Falo sim, em tentar sobrepor uma memória má ou menos boa, a uma causa ou a um desafio. Hoje, estou a tentar isso.
És mãe? Então não tens lugar para ti.
Não estou nem estava à procura de emprego mas, certo dia, vi um anúncio que encaixava no meu perfil de candidatura. “Porquê que não posso arriscar?”, pensei eu e sem grandes preocupações: afinal eu não estava à procura de emprego nem aspirava desistir da minha vida nómada. Adoro a minha (quase total) liberdade horária que o meu trabalho me dá: sim, é um trabalho e não um emprego, mas, hoje em dia, quem se pode gabar que tem um emprego, daqueles das 9h as 17h, com ordenados chorudos e sem grandes preocupações? Pois, nem o Presidente Marcelo. Peguei no anuncio...