Montessori: “A mão como veículo da inteligência” Sim, as crianças precisam de mexer-se para desenvolver a inteligência!

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Montessori: “A mão como veículo da inteligência”  Sim, as crianças precisam de mexer-se para desenvolver a inteligência!

“Todo o homem pode ser, se assim o entender, escultor do seu próprio cérebro”
Santiago Ramón y Cajal.

Um dos benefícios mais evidentes de Montessori relativamente ao desenvolvimento neurológico, consiste no uso das mãos como veículo de aprendizagem. Hoje em dia sabemos que a quantidade de recursos que o cérebro emprega para processar a informação que recebe através das mãos, é proporcionalmente superior ao tamanho das mãos relativamente ao tamanho total do corpo, quer dizer que as mãos são a principal entrada de informação no cérebro, e como tal deveriam ter um papel crucial na aprendizagem, que é precisamente o que acontece em Montessori.

(ver: Homúnculo Cortical, representação do cirurgião Wilder Penfield, em que as partes do corpo estão representadas como o nosso cérebro as vê, proporcional à quantidade de informação que faz chegar ao cérebro.)

Os atuais estudos da neurociência, demonstram ainda que o conhecimento autêntico, se alcança, não pela memorização, mas pela ação, quando somos capazes de realizar a ação que queremos aprender, ou seja aprendemos a fazer e também ao emocionarmo-nos. A emoção, os sentimentos, os seus mecanismos cerebrais e a sua expressão no comportamento, são o pilar fundamental da aprendizagem.

Assim, os materiais concebidos por Maria Montessori baseiam-se num trabalho procedimental, o que ajuda à retenção e à aquisição de conhecimentos. Isto foi estudado profundamente por Edgar Dale (1969) que propôs o esquema abaixo, que refere que após duas semanas, tendemos a recordar apenas 10% do que lemos e 90% do que dizemos e fazemos.

 

 “A qualidade do ambiente que envolve a criança nos seus primeiros anos, e o acesso a experiências adequadas segundo a etapa de desenvolvimento, são cruciais na determinação da força ou debilidade da arquitetura cerebral. The Center on the Developing Child, Harvard University

 

Maria Montessori falava-nos de uma criança dotada de uma Mente absorvente, como uma capacidade inata e indiscriminada de absorver o ambiente para a sua autoconstrução (construção das estruturas que lhe vão permitir desenvolver a linguagem, refinamento do movimento, sentido de ordem, controlo da vontade, a inteligência, a memoria) para adaptar-se ao seu ambiente.

Ao nascer o bebé tem cerca de 1 bilião de neurónios, cada um com inúmeras ramificações que se interligam entre si através de impulsos elétricos e quando a criança tem experiências sensoriais, explora, sonha, pensa, se movimenta, abrem-se novos caminhos de conexão entre neurónios. Há medida que a criança experimenta, descobre, atua, conquista, explora, as conexões entre os neurónios se fortalecem tornando-se verdadeiras “autoestradas” para a atividade cerebral, criando o que é conhecido por “arquitectura cerebral” que vai ser a base sobre a qual vai assentar o que vamos adquirir ao longo de toda a vida. Por isso M.Montessori denominava os 6 primeiros anos de vida, de ANOS DOURADOS, vendo desta forma, a Mão como veículo da Inteligência!!

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