Se é um leitor que fica impressionado, não leia. Se é daqueles que pensa que um homem é dono da própria mulher, não leia. Se é uma mulher e que acha que os seus direitos são inferiores, não leia. Este post irá conter alguma linguagem propícia a ataques cardíacos. Portanto, aconselha-se supervisão emocional.Este post podia estar agrupado no ”Há coisas que me tiram do sério”, porque se há coisa que me tira mesmo do sério é a desigualdade. A mania que as pessoas têm que mãe é uma coisa e pai é outra. Que uns têm mais deveres que outros. E então na sexualidade a coisa agrava-se.
A mãe, antes de ser mãe é mulher. Mulher com sensibilidade, com toque, com instintos, com cheiro, com arrepios, com líbido. As mães são mulheres em pleno e o facto de serem mães, não lhes retira, nem acrescenta nenhuma característica como ser sexual. Sim, as mães são seres sexuados. E também fazem sexo. E querem sexo!
Sexo, que após o parto, pode ser doloroso. Sexo, que durante a gravidez é uma autentica maratona de paquiderme incentivada pelo obstetra que afirma que pode conduzir a um trabalho de parto mais eficaz. Sexo, que no período de amamentação pode ser acompanhado de leite à mistura. Mãe é mulher. E deve ser respeitada.
Ontem, ao ver um programa comentado sobre o fascínio do Jet7, falavam de uma celebridade portuguesa que tinha saído à noite (deixando os dois filhos com o pai), e foi fotografada com um outro homem. Para meu espanto, os ditos comentadores, diziam que era mãe e que tinha de se resguardar. Ora f***-se! A mulher, encornada pelo marido, separou-se. Está a tentar fazer a sua vidinha e estes pseudo-comentadores dizem que ela se deve resguardar pois tem filhos em casa? E por ter os filhos em casa não pode sair?! Vai vestir uma burka e ficar à espera que alguém lhe bata à portinha?!
Mas não pensem que estas ideias só se passam no mundo cor-de-rosa… Aqui, no mundo bem real, já ouvi umas coisinhas que me deixaram boquiaberta:
”Depois de serem mães, as mulheres ficam mais gordas e largas” – ouvi isto ainda não era mãe. De um machista nato já na terceira idade. Na altura assustou-me, confesso. Gostava muito do meu corpo e não queria ficar mais gorda nem larga. Fiz um compromisso comigo própria que não iria ficar mais gorda. Nem mais larga. E não fiquei. [Por causa destes comentários e destes preconceitos que muitos vão procura de coisas fora de casa, enquanto as têm melhor em casa!]
“Ela fez um aborto?! Se fosse comigo, laqueava-lhe as trompas” – Sim, ouvi isto. É muito triste quando chegamos a este extremismo. A mulher há 2016 anos que não fica grávida sozinha. E culpabilizar apenas uma das partes, por um ato de dois, acho uma estupidez.
”Se ela vai ao Ginásio, tem outro” – Esta já é mais velha que o Papa, nem vale a pena comentar.
”Separou-se dele e ”abandonou” a casa de família. Deixou os filhos com o pai. É uma p***” – 99% dos divórcios são ao contrário. Ele sai e faz a vidinha dele. Se for a mulher a deixar os filhos, cai o Carmo, a Trindade e os Clérigos tudo ao mesmo tempo (Sou mesmo do Porto, carago!)
Por isso, mães separadas, estou convosco! E têm sempre esta missiva nos engates, onde passam a vida a falar dos vossos filhos:
As mães também fodem. E sabem foder. E ao contrário das outras mulheres, têm prova de uma foda feliz.
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