10 coisas para dizer a uma mãe que amamenta

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1- O teu leite tem tudo o que o bebé precisa.

Todas as mulheres conseguem produzir leite com os nutrientes que um bebé precisa para se desenvolver de forma adequada. As mães de bebés prematuros, por exemplo, produzem leite com uma composição diferente para se adequar às necessidades específicas do seu bebé pré-termo.

O leite materno é mais do que um alimento, também é uma vacina, um medicamento sem efeitos secundários, que promove a saúde do bebé. Nenhum alimento consegue igualá-lo e muito menos superá-lo.

Se toda a sociedade, famílias, profissionais de saúde, tiverem consciência disso, as mães terão mais apoio e confiança. É preciso ensinar na escola que o leite humano é o melhor alimento para um bebé humano. Mito do “leite fraco” aqui.

2- Eu entendo como te sentes. Estou aqui para te apoiar.

Mesmo que não tenha passado por situação semelhante e/ou nem tenha amamentado, a palavra de ordem é EMPATIA. Empatia pelo que aquela mãe sente, percepciona, experiencia, vive… O julgamento é totalmente desnecessário.

Mesmo que tenha amamentado e até tenha passado por algo semelhante, a palavra de ordem também é EMPATIA. Cada ser humano vive determinada situação (ainda que pareça a mesma experiência) de forma particular, com as suas crenças, valores, perspetiva e experiências únicas.

Esteja presente e ofereça apoio. Intervenha quando solicitado. Dar aquilo que não foi pedido só gera frustração em ambas as partes.

3- Com ajuda especializada é possível ultrapassar dificuldades/dúvidas na amamentação, podes pedir ajuda a uma conselheira/consultora de amamentação.

Se a sua amiga, filha, irmã, prima, cunhada, etc. parece estar com dúvidas e/ou dificuldades a amamentar, sugira-lhe que peça ajuda. Algumas mulheres sentem que irão perder algum controlo das decisões se pedirem ajuda ou pensam que é suposto saberem e conseguirem fazer tudo sozinhas. Assegure-lhe que ter apoio não irá tirar-lhe o controlo pelas escolhas em relação ao seu bebé. Uma boa conselheira/consultora de amamentação RESPEITA o espaço, as vivências e as escolhas, acima de tudo.

4- Existem grupos de mães de apoio à amamentação.

Mesmo que não conheça um grupo destes, informe a sua amiga ou familiar dessa possibilidade, para que possa manter-se em contacto com mães que também amamentam e podem partilhar experiências. Podem ser grupos virtuais (no Facebook, por exemplo) ou presenciais (pergunte no centro de saúde ou hospital de residência se conhecem algum).

5- Confia no teu corpo e no do teu bebé.

Que tal ensinar às meninas (e meninos!) que o corpo humano é fantástico e sabe exatamente o que faz, quando tudo funciona de forma saudável? Assegure à mãe que amamenta que o corpo dela sabe nutrir um bebé nascido tanto quanto o nutriu in-utero. Assegure-lhe, também, que o organismo do seu bebé sabe quando tem fome e de quanto e quando precisa de mamar.

É seguro amamentar sempre e quando o bebé quiser. Deixe-a sentir-se à vontade para o fazer. Diga que é bom ele mamar frequentemente! 

6- Confia em ti mesma como mãe. Tu sabes de que precisa o teu bebé melhor do que ninguém.

Assim como os bebés têm um instinto de sobrevivência muito forte, o que inclui reclamar por colo quando se sente só e/ou sem contacto humano e reclamar por alimento quando sente fome, as mães também têm um instinto de resposta às necessidades do seu bebé; às vezes, mesmo antes dessas necessidades serem comunicadas. Incentive-a a responder a esse instinto – ao instinto de acolher o bebé sempre que chora, ao instinto de o manter no colo a dormir depois das mamadas, ao instinto de o amamentar sempre que ele começa a gemer e a procurar a maminha. Todas as mães, ao fim de poucas horas ou dias, reconhecem com facilidade esses sinais.

Não é preciso dizer-lhe que o bebé tem fome. A mãe sabe, melhor do que ninguém. O mesmo se aplica à fralda suja, sono, calor, frio, cólicas… Enfim, aquela-check-list-de-eventos-que-achamos-que-podem-fazer-um-bebé-chorar.

7- Amamenta onde e como te sentires confortável.

Algumas mulheres sentem-se perfeitamente à vontade para amamentar em público e em frente a qualquer pessoa, com a mama destapada, outras preferem fazê-lo num lugar mais tranquilo e longe de olhares curiosos. Incentive-a a fazê-lo como quiser e se sentir bem! O que for melhor para ela também será o melhor para o bebé.

Respeite o espaço dela. Se ela se retirar e não a/o chamar para a acompanhar, NÃO VÁ!

8- Come aquilo que quiseres: as listas de alimentos proibidos são um mito.

Se conhece alguma mãe que está a amamentar, especialmente uma recém-mãe, é muito simpático levar-lhe comida. Ela pode comer tudo o que desejar. Esqueça as laranjas, o chocolate, a cebola e o alho, as couves, as… Tudo aquilo que lhe disseram que era proibido!

Se o bebé chora depois da mãe comer determinado alimento, não corra a dizer que ela tem de o eliminar da alimentação e que foi aquilo que provocou cólicas. O mais provável é que o bebé também chorasse se ela não tivesse comido nada. Os bebés pequenos choram com alguma frequência (alguns mais do que outros, naturalmente), por isso a probabilidade da mãe comer e o bebé chorar a seguir é algo alta…

9- Bebe quanta água desejares: a proibição ou recomendação de água em excesso também é um mito.

Não, beber muita água não ajuda a produzir mais leite. Incentive a Mãe que amamenta a beber tanta água quanta ela quiser. Encha-lhe o copo ou a garrafa com frequência e leve-lhe enquanto amamenta porque é provável que ela tenha sede nesse momento. Beber ou comer enquanto se amamenta não é prejudicial, pelo contrário.

Dizer a uma mãe que deve limitar a quantidade de água que ingere na “subida de leite” também é um mito sem qualquer sustentação científica. Ela deve beber a água que sentir necessidade, sempre!

10- Precisas de ajuda? Em que posso ajudar-te?

Finalmente, mas não menos importante, em vez de se sentar e oferecer-se para ficar a tomar conta do bebé, pergunte de que é que ela precisa! Ou simplesmente apareça e faça. Há sempre muito por fazer na casa de uma mãe com um bebé pequeno, principalmente se esse bebé mama – o que leva boa parte da energia e tempo.

Se quer fazer algo pelo bebé, cuide da mãe dele!

Autora: Filipa dos Santos, mãe de dois, conselheira de aleitamento materno, doula, fundadora da Amamenta Porto e da Rede Amamenta.

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