Pedro,
Há 8 anos que sou mais completa e tu sabes o quão eu adoro o número 8.
Oito, um numeri diminutivi, que significa que os seus divisores somados dão um número mais baixo que o próprio oito; é o número da sorte chinês e quase todos os eletrões obdecem ao 8 quando se querem ligar com outros para tornarem as coisas mais estáveis, mais “nobres“.
Todos os anos tento escrever algo sobre ti para que mais tarde vejas a tua evolução, para que te recordes através destas minhas palavras coisas que a minha cabeça se pode esquecer.
Mas este ano é especial: todas aquelas gracinhas que fazias em bebé, perderam-se para piadas sarcásticas e para respostas, ainda que pareçam rudes, demonstram a tua plasticidade cerebral. Aquelas bochechas fofas e pernas rechonchudas perderam-se para umas pernas esguias que conseguem rodar vezes sem conta num conjunto harmonioso com os teus braços.
Em vez de só saberes todo o plantel do Benfica de cor, sabes também os feitiços do Harry Potter e os nomes de planetas, galáxias e de espécies que eu, sinceramente, não sei o que são.
Sabes quem foi Maria Montessori, Albert Einstein, Galileu Galilei, Leonardo da Vinci, Mozart, Vivaldi, Stephen Hawking, Picasso e Van Gogh. Lês, com muita facilidade sobre qualquer coisa apesar de te interessar particularmente o Corpo Humano e a Arte – adoras a biologia das coisas (por muita comichão que isso me faça).
És um menino sensível e atento a todos os seres que te rodeiam: como daquela vez que não me deixaste matar a vespa que entrou pela janela ou até, daquela vez que bateram a um colega da escola e foste, de imediato, em seu auxílio.
O nosso Mundo é tão grande e está sempre a mudar e também tu estás a crescer, numa metamorfose a uma velocidade vertiginosa a cada dia, tal como eu esperava que o fizesses. No entanto, para mim, a essência que eu já conheço nestes anos está sempre lá, no teu doce sorriso que me mostras todos os dias.
Leave a Reply