Março de 2020, começa o confinamento geral. Proibição de circulação. Proibição de convívios. Escolas fechadas, empresas a tentar laborar em teletrabalho, mães e pais arrastados para casa. Março de 2020 começa o prejuízo dos mais pequenos. Começamos a percorrer caminhos que promoveram a desigualdade e que são bastante sombrios.
doismilevinteeum
Não tinha vontade de escrever, aliás, tinha, mas a minha calma, introspecção e serenidade não tem sido fácil nos últimos tempos. Não é que a minha vida esteja mal, muito pelo contrário. Tenho saúde, os meus estão bem também. Tenho tido sorte e azar como noutro ano qualquer. Já sorri e ri muito mas também já chorei. E isso faz parte do caminho.
retrato
Estás. És. Desenhada, pintada, vista por quem te quer ver, mas apenas revista por quem tu deixas que te possa revisitar. Aos teus próprios olhos, às vezes pareces um simples bocado de papel amarfanhado, gatafunhos escondidos num sotão de um prédio num qualquer arrondissement parisiense. Para mim, digna do Louvre, apesar de não querer que lá estejas assim, desarmada e à vista de todos. Sou egoísta quanto baste para te querer na minha coleção privada de uma peça só, mas verdadeiramente não egoísta porque sei que tens muito para dar, mostrar e fazer.
Eu não estou grávida.
Hoje nasceria o nosso filho.
O meu filho foi/vai para a escola primária
Há três anos por esta altura, comecei a panicar. O Pedro Maria começava a escola primária e eu, mais ansiosa do que ele, pensava em estratégias e mais estratégias para que ele sofresse o mínimo possível nessa transição. Este ano a saga repete-se, desta vez com o Miguel. Enganem-se quem acha que só acontece esta ansiedade com os mais velhos, porque esta patologia é recorrente, mesmo com os mais novos. Este apelidado por mim como um novo “transtorno” tem vários estágios e começa aproximadamente um ano antes da cria completar 6 anos.